Valor, no entanto, só vale para o produto colocado na indústria (58x10), em cidades que são pólos industriais. Ainda assim, a notícia é boa e está associada ao fôlego das medidas governamentais e à entressafra que entra em sua fase mais aguda
As cotações do arroz no Sul finalmente ultrapassaram a linha do preço mínimo da política de garantia do governo federal, de R$ 25,80 no Rio Grande do Sul, para a saca de 50 quilos (58x10), tipo 1, em casca, colocado na indústria e com pagamento à vista. O indicador de preços do arroz em casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias – BM&F Bovespa, deve retratar valor acima de R$ 25,80 para a saca nesta sexta-feira, 18 de novembro, o que dará fôlego para uma elevação ainda mais consistente até o final do mês e o pico da entressafra. Nesta quinta-feira, 17/11, o indicador registrou preço médio de caprichosos R$ 25,79, faltando um centavo para superar a barreira do valor referencial.
No mês de novembro, a variação positiva já acumula 3,87%. E pela cotação desta quinta-feira, uma saca se equiparava a 14,49 dólares. Na média da semana, o valor referencial do arroz em casca, nas condições pesquisadas pelo indicador, é de R$ 25,67, com ganho de 0,97% na semana e uma redução, em dólar, de 15 centavos de dólar. A bem da verdade, este valor referencial não chega a ser pago ao produtor, em razão do conjunto de taxas, descontos, serviços de armazenagem, etc... Mas, o impacto psicológico sobre a linha do preço mínimo é positivo para o produtor.
Algumas variáveis são determinantes para esta trajetória recente de recuperação dos preços arrozeiros. Evidentemente os mecanismos de comercialização do governo são a principal causa desta recuperação, com destaque para os contratos de opções (e repasses) e o PEP, que oportunizou exportações recordes. Este enxugamento do mercado interno mostra números bem mais positivos do que os projetados no início da safra, quando se previa um recorde produtivo, posteriormente confirmado, mas, um estoque de passagem bem maior em razão das dificuldades para exportar e das facilidades do Mercosul em ingressar com arroz no mercado brasileiro. O PEP desafogou os estoques e o Brasil bate recordes de exportação em 2011, o que é uma grande notícia.
Ainda assim, ao longo dos 10 meses de mecanismos de comercialização disponíveis, raros produtores, e principalmente os que têm disponibilidade de recursos, tiveram acesso aos preços mínimos garantidos pelos mecanismos de governo. Destes, boa parte ainda dispõe de estoques particulares. A maioria dos arrozeiros já negociou o produto com médias entre R$ 18,00 e R$ 21,00 ainda no primeiro semestre do ano safra, para honrar compromissos.
De qualquer maneira, o referencial de preços superiores ao valor mínimo de garantia traz uma expectativa melhor de comercialização para a safra 2011/12, se mantidos os mecanismos governamentais e o suporte às exportações. A cereja do bolo seria uma desvalorização cambial de pelo menos 10% no real, o ajuste no valor do PEP e uma medida que restringisse o ingresso excessivo de arroz do Mercosul. Mas, em ano que a safra brasileira será inferior ao consumo, apesar dos estoques públicos e privados abarrotados, a tendência é de que o Mercosul inunde o mercado nacional com arroz mais barato.
A partir desta semana, com a possibilidade do produtor gaúcho exercer as opções, o mercado tende a ficar mais tensionado, levando indústria e arrozeiro a uma disputa de estabelecimento de novo patamar de preços. O varejo segue pressionando contra os reajustes do fardo, enquanto já antecipa repasses ao produtor, conforme relatado nos últimos 15 dias por diversas pesquisas de cesta básica realizadas nas capitais e principais cidades brasileiras.
SAFRA
A safra brasileira segue sendo plantada e apresentando um atraso significativo. Estima-se que até o dia 20, data-limite tecnicamente recomendada para encerrar a semeadura no RS, restarão ainda pelo menos 20% da lavoura a ser plantada. Clima, baixa recomposição dos mananciais hídricos para garantirem a irrigação nas regiões da Campanha e Fronteira-Oeste, dificuldades de acesso ao crédito e falta de recursos na mão do produto (principalmente na Depressão Central), em razão da falta de rentabilidade da cultura nos dois últimos anos, são causas deste atraso no preparo do solo e das operações de semeadura.
MERCADO
A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 25,80 para a saca de arroz em casca de 50 quilos (58x10) em todo o Rio Grande do Sul. Referência de R$ 50,00 para a saca de 60 quilos de arroz branco. Em razão da demanda estável por quebrados de arroz, os preços médios dos derivados estão mantidos há pelo menos três meses, com o canjicão referenciado em R$ 33,50, a quirera em R$ 31,50 (ambos em 60 quilos) e o farelo de arroz estável em R$ 270,00 por tonelada/FOB no RS.
Fonte: http://www.planetaarroz.com.br/site/noticias_detalhe.php?idNoticia=10317
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