quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Transparência corporativa

Pare e observe como as grandes empresas têm lidado com a informação — é o acesso dos colaboradores a ela que faz estas empresas serem transparentes ou misteriosas diante do mercado e seus colaboradores


Há poucas coisas que me fazem tirar o “chapéu corporativo” e, ainda bem, tenho visto cada vez mais empresas adotarem isso: transparência. Pare e observe como as grandes empresas têm lidado com a informação. Aliás, é a informação (e o acesso dos colaboradores a ela) que faz estas empresas serem transparentes ou misteriosas diante do mercado e seus colaboradores.

lupa-grafico-350Mas o que define se uma empresa é ou não é transparente? O que ela ganha com isso? A transparência está implícita nos valores da empresa, e nos valores daqueles que a regem. Algumas empresas erram feio em segurar a informação que detém para os colaboradores, e aqui está o princípio de toda esta história. Vamos com calma.

Vamos dividir a informação em dois tipos: estratégica, a qual todos devem ter conhecimento e acesso; e a confidencial, com acesso restrito a algumas pessoas. A primeira, como disse, deve ser totalmente aberta. Costumo falar para as pessoas da minha empresa que o meu notebook é público para qualquer um, não há informações para esconder. Para deixar ainda mais claro, vamos para uma situação que muitos profissionais devem conhecer: contenção de gastos.

Todos já ouviram dizer, em algum momento, seja na empresa que trabalha ou não, que a empresa está em um momento de economia. Então começam a fazer campanhas de economia de energia, água, luz, copos descartáveis, reaproveitamento de papel, cafezinho e, claro, eventualmente as demissões. Simplesmente dizer que as coisas não vão bem pode soar vago para muita gente. Já é diferente quando a empresa, ao invés de deixar no ar o quão mal vão as coisas, põe as cartas na mesa e mostra em números a real situação da organização.

É por isso, inclusive, que muitas empresas abrem seus números a seus funcionários. Para que eles entendam o momento pelo qual a empresa passa e, com isso, saibam até onde podem ir ou o que esperar da companhia.

Isso não vale só para um caso de dívida ou resultado negativo, mas principalmente em situações de crescimento. Com a informação “em mãos”, todos estarão mais engajados e conscientes do que a empresa busca e precisa, e se dedicarão a atingir os mesmos objetivos de maneira coletiva. Entendem o que eu quero dizer?

Explicando melhor, isso tem muito a ver com aquelas três palavras “mágicas”, que ficam geralmente em um quadro na empresa: missão, visão e valores. Nada mais são do que aonde a empresa quer chegar (visão), de que forma chegar (missão) e os valores que sustentarão para seguir adiante.

Interessante também é o comportamento de algumas pessoas quando adquirem uma informação nova e importante sobre o mercado, sobre o concorrente. Por que deter uma informação estratégica somente para si? Ela é importante para a empresa como um todo e pode ajudar muito no avanço dela no mercado.

É daí que vem a importância de uma comunicação fluida entre setores/unidades de negócio, de reuniões bem-estruturadas e da transparência da empresa para com seus funcionários e que vise estimular essa troca entre os funcionários também. O ideal é pensar sistematicamente. Os profissionais que entendem a importância disso alcançam cada vez mais seus lugares de destaques nas organizações.

Informações internas, comunicados internos, ler sobre o mercado que a empresa atua, sobre concorrentes. Possíveis e futuros negócios, novas aquisições e contratações, mudanças na estrutura e investimentos da empresa. Tudo deve fazer parte do conhecimento das pessoas que lá trabalham. Transparência tem a ver com ética, tem a ver com consciência limpa e principalmente com o comprometimento e responsabilidade para com os colaboradores e com os clientes da empresa.

Fonte: http://www.amanha.com.br/blogs/92-vida-executiva--por-bernt-entschev/2227-transparencia-corporativa

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