A falta de chuvas em boa quantidade nas principais regiões produtoras de soja, no primeiro mês do calendário agrícola da safra 2010/2011, continua preocupando os produtores rurais. A semeadura das lavouras está atrasada em muitas regiões e em outras o ritmo do plantio é lento, reflexo do prolongado período de estiagem. Segundo avaliação do boletim Custos e Preços, divulgado hoje pela Superintendência Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apesar das chuvas ocorridas em outubro, o volume ainda foi insuficiente para que o solo apresente a umidade adequada para o desenvolvimento da semente.
Os dados do boletim mostram, também, que a estiagem interrompeu a tendência verificada desde junho de queda nos preços do leite. Nas regiões pesquisadas, o preço pago ao produtor pelo leite subiu 1,6% em relação ao mês anterior. Em Minas Gerais, principal bacia leiteira do País, o preço subiu 1,8%. O clima seco e a falta de chuvas diminuem a qualidade da pastagem, prejudicando a produção das vacas. Além disso, o aumento do preço da ração em função do aumento dos preços do milho e da soja também influencia no ritmo de produção de leite.
De acordo com o levantamento da CNA, os preços do milho nas regiões pesquisadas subiram, em média, 2,8% em relação à semana anterior. A maior alta foi de 5,7%, oscilação registrada em Londrina (PR) e em Campo Mourão (PR). Em Rio Verde (GO), os preços da saca de 60 quilos de milho subiram 2,47%. Além da situação climática no Brasil, parte do suporte para a valorização dos preços do grão veio do relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 12 de outubro, que indicou que a produção mundial de milho na safra 2010/2011 será de 819,6 milhões de toneladas, volume inferior à demanda mundial estimada em 835,36 milhões de toneladas.
Além do clima no Brasil, o fôlego para as cotações da soja no mercado internacional veio da perspectiva de redução de 2% na produção de soja nos Estados Unidos na safra 2010/2011, segundo dados do USDA. Os principais fatores que influenciaram essa diminuição nos estoques foi o aumento da estimativa de consumo e das exportações norte-americanas. No mercado interno, os preços da soja subiram 1,64% na terceira semana de outubro, em relação à semana anterior. Em Sorriso (MT), os preços subiram 2,3%, maior alta no período analisado. Em Londrina (PR), a valorização foi de 1,78% e em Rio Verde (GO), 1,16%.
Boi Gordo – A forte restrição da oferta de boi gordo no mercado interno mantém a tendência de valorização dos preços da arroba. O boi para abate chegou a ser vendido a R$ 100,00 por arroba, em São Paulo. Os preços do bezerro e do boi magro, no entanto, estão acima desse patamar, o que confirma as avaliações de escassez de animais de reposição, reflexo do abate excessivo de matrizes dos últimos anos. Em média, os animais de reposição são vendidos a R$ 130,00 por arroba (bezerro) e R$ 120,00 por arroba (boi magro).
Na avaliação da CNA, não há perspectiva de equilíbrio no quadro de oferta e demanda de boi gordo no curto prazo. “A situação dos frigoríficos está cada vez mais difícil e a previsão de melhora só será possível a partir da segunda rodada de confinamento e com a entrada de gado a pasto no final do ano”, diz o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da entidade, Antenor Nogueira. Na maioria das regiões pesquisadas, os preços do boi gordo aumentaram, em média, 2,9% em relação à semana anterior. Em São Paulo e no Paraná, o preço da arroba subiu 5%, maior alta do período.
Fonte: http://www.grupocultivar.com.br/noticias/noticia.asp?noticiaId=15949&titulo=falta-de-chuvas-em-volume-suficiente-atrasa-plantio-das-lavouras-de-soja&newsletter=true
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