sábado, 6 de novembro de 2010

Os guetos e a visão de sistemas

O mundo empresarial moderno, que sempre procurou mentores especializados e focados num só objetivo, dá-se conta de que a versatilidade deve ser a característica principal de qualquer profissional que  será contratado. As empresas que criam uma única estratégia de crescimento correm enormes riscos de falência quando aquele mercado específico entra em crise.

Devido a isso, as instituições financeiras foram as primeiras a incorporar em seus quadros funcionais uma gama variada de profissionais para que pudessem, com as particularidades de cada área, saber como agir perante as crises financeiras e, especialmente, descobrir novos nichos de mercado. Hoje, isso se dá nas grandes empresas que possuem seu pensamento aberto e que sabem lidar com a divergência de opiniões e o trabalho em equipe.

A "visão de sistemas", abordada pelo físico Fritjof Capra, foi muito discutida como meio de viabilizar as relações humanas voltadas ao mercado, seja qual for seu direcionamento. A própria Extensão Rural em nossa Emater/RS tem buscado meios de superar o excesso corporativo com o argumento de que cada tipo de profissional enxerga o desenvolvimento através de sua experiência profissional e humana. Isso equivale a dizer que uma propriedade rural pode ser vista de uma forma por um engenheiro, de outra por um médico, de ainda outra por um advogado.

Os serviços de Classificação e Certificação também estão inseridos na mesma visão sistêmica. A análise física de uma amostra de um produto, hoje, é apenas mais um dos tantos serviços que nossos colegas podem oferecer ao mercado, já que os processos de produção atuais oferecem um potencial enorme de serviços que podem ser prestados em uma indústria. No entanto, o grande percalço que as empresas sempre encontram para essa visão maior de expansão está no mesmo lugar onde se encontra a solução: no ser humano.

De forma alguma queremos nos opor a quem estudou anos a fio para conquistar sua graduação e todas as pós graduações disponíveis à sua área. Aliás, o meio acadêmico é quem nos tem ofertado essa visão de saber lidar com pessoas diferentes. O grande problema está em alguns profissionais resistentes à mudança, escondendo-se atrás do seu diploma como meio de argumentar a inviabilidade de tal mudança. Esse profissional crê que somente os que possuem a mesma formação podem trabalhar com ele; tem medo da opinião contrária.

Devemos insistir no pensamento de que profissionais diferentes podem trazer várias visões de expansão. Nossa AGC tem procurado, através do seu Estatuto, no Capítulo II, "Sócios", em seu Art. 6º letra "d" onde trata dos sócios colaboradores que "a critério da Diretoria, prestarem colaboração relevante de natureza financeira, técnica, científica e de divulgação dos atos, e aprimoramento dos fins da Associação". Isso permite que um profissional que não seja classificador, assim como este que escreve o presente artigo, pode ser absorvido pela AGC, principalmente porque uma associação não habilita um sócio a ser classificador.

É apenas um exemplo de como as empresas tem pensado o crescimento em um meio abrangente. É hora de trazermos esse pensamento para dentro de nossas funções, unindo funcionários antigos com novos funcionários, engenheiros com técnicos, homens com mulheres, chefes com subordinados, área técnica com área administrativa, a fim de que cada um, com sua visão de mundo, particularidades e potencial venha a contribuir com o que possui para que os objetivos sejam os mesmos e o crescimento seja substancial.

A tendência do profissional que esconde-se em seu gueto é ficar à margem, é morrer sozinho. E isso não queremos. Acima de tudo, a visão de sistemas se tornou uma conquista que as associações e sindicatos  (através de seus técnicos de mente aberta) trouxeram para as empresas modernas, que souberam a importância de se trabalhar em uma equipe multidisciplinar.

Otávio Avendano de Vasconcellos - Moderador
UCL Pelotas

4 comentários:

Anônimo disse...

Otávio, seu argumento só tem sustentação se baseado e aplicado no paragrafo unico do artigo 5conforme descrito abaixo:

CAPÍTULO II

SÓCIOS

Art. 5º - Poderão ser sócios da AGC todos os classificadores, efetivos ou aposentados, do Estado do Rio Grande do Sul, desde que não exerçam atividades que colidam com os objetivos e interesses da AGC.
Parágrafo Único - A admissão de novos sócios, de qualquer categoria será decidida pela Assembléia Geral, mediante proposta de sócios efetivos ou da Diretoria.

Unknown disse...

Prezado amigo Anônimo: Creio que o Parágrafo Único trata da admissão de novos sócios de qualquer categoria, e não restringindo a questão no meu caso. Por isso, continuo mantendo a argumentação e, claro, disposto a ouvir os demais colegas. No entanto, tomando por base o que acabaste de argumentar, chegaremos à conclusão lógica de que todos os novos sócios (de qualquer categoria)que não foram decididos por Assembléia geral estariam irregulares. E isso, caro amigo, colocaria em risco a própria manutenção da AGC... Creio ser de bom grado que o amigo se identifique em uma próxima vez, ok?

Valdemar Engroff disse...

Um Cheque preenchido e não assinado não tem valor algum. O banco não vai aceitar. Ninguém vai aceitar.

Um comentário de alguém que se diz anônimo.... NÃO TEM VALOR, por mais que ele possa estar correto, neste sítio, ou em quanquer sítio desta terra....

Abraços

Valdemar Engroff

Unknown disse...

Gaudério, e o pior é que, muitas vezes, o cheque sem assinatura serve de base para quem tem medo de "botar a cara para bater". Um argumento totalmente infundado e que está servindo de base para que a composição da chapa que está por se inscrever retire o meu nome. Espero que esse tipo de pensamento evolua, caso contrário, os classificadores correm o risco de morrerem abraçados.