O pêssego de Pelotas, assim como os doces, são famosos em todo o Brasil. A tradição no cultivo do fruto e a qualidade diferenciada chamam a atenção de paladares de todo o país. Entretanto, hoje, faltam normas específicas ao uso do nome e não há nenhuma certificação de origem garantindo ao consumidor que o pêssego consumido realmente é da região de Pelotas. Para mudar a situação, um grupo de trabalho que está tratando da indicação geográfica do produto vai se reunir no dia 21, em Morro Redondo, para traçar os próximos passos do processo de obtenção da validação.
A indicação é uma proteção legal sobre a procedência de um produto. É o que permite, por exemplo, a certificação da origem e a criação de normas para a produção dos vinhos do “Vale dos Vinhedos” gaúcho.
A idéia é fazer algo parecido com o pêssego em Pelotas. A indicação geográfica criará uma espécie de identidade do produto e estabelecerá normas de qualidade para a produção. Apenas os frutos produzidos na região, e dentro das regras de cultivo, poderão ser chamados de “pêssegos de Pelotas”. Será criado um selo de qualidade para atestar a origem dos frutos.
O encontro do dia 21, aproveitando o período da Fenadoce, vai reunir produtores e industriais. O foco é a criação de uma associação formada pelos dois segmentos para conduzir o processo. A Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS) será uma das organizadoras da reunião.
A indicação geográfica precisa passar pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para ser autorizada e a criação da associação é um dos requisitos do procedimento. Também são exigidos o padrão de fabricação do produto e a apresentação de estudos sobre, por exemplo, o histórico do cultivo e as características da produção na região
A indicação garantirá a excelência da produção e criará melhores condições tanto para os produtores rurais quanto para os industriais. Ao ter sua qualidade certificada, o pêssego pelotense poderá dominar nichos de mercado. A marca será valorizada e o nível do produto reconhecido. A idéia é garantir a viabilidade da cadeia produtiva local, a sustentabilidade do negócio e o desenvolvimento de mecanismos para aumentar a renda dos envolvidos.
A reunião da próxima quarta-feira vai desenhar o plano de criação da associação e traçará os próximos passos da estratégia do grupo. O encontro será realizado no centro de evento do Morro Redondo, a partir das 13h30.
O grupo de trabalho formado para conduzir o processo na região é formado, além da Embrapa, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Emater/RS, AZONASUL, Associação Gaúcha dos Produtores de Pêssego, SINDOCOPEL, Banco do Brasil, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas e CAFSUL.
Bruno Zamora Teoro
Embrapa Clima Temperado
Fonte: http://www.grupocultivar.com.br/site/content/noticias/?q=20476#20476
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