quinta-feira, 31 de março de 2011

Preço despenca e arrozeiros reagem

Com o avanço da colheita, o preço do arroz gaúcho despencou. Segundo levantamento da Emater, a saca de 50 quilos, que já foi cotada em R$ 29,68 no mesmo período no ano passado, chegou a R$ 19,00 em Alegrete e Santa Maria. O valor está 26,35% abaixo do preço mínimo (R$ 25,80). A informação coloca o setor em alerta, apesar da aparente simpatia do governo federal à causa. Atendendo aos pedidos dos arrozeiros gaúchos, o leilão de PEP marcado para hoje terá prêmios regionalizados, que vão de R$ 4,81 a R$ 5,62 por saca. O valor ficou abaixo das expectativas, mas produtores esperam que a novidade incentive a comercialização em zonas mais distantes do porto de Rio Grande.

Para avaliar ações emergenciais que contenham a queda livre das cotações, Farsul, Fetag, Federarroz, integrantes do movimento Te Mexe Arrozeiro e entidades catarinenses reúnem-se hoje, na Capital. Apesar do esforço, até agora, os R$ 660 milhões anunciados para apoio à comercialização não surtiram efeito. Um dos entraves é a falta de credenciamento dos armazéns da Conab, embargada por dívidas. "Nunca houve tanto recurso, mas o mercado não vai reagir enquanto a questão não for resolvida", avaliou o vice-presidente da Federarroz, Marco Aurélio Tavares, ao lembrar que os mecanismos já anunciados possibilitariam o escoamento de mais de 40% da safra gaúcha.

Com produtividade estimada em 8 mil kg/ha, arrozeiros de Alegrete seguram as vendas na esperança de recuperação de preço. "A Fronteira-Oeste tem a maior produtividade da América, mas também a pior competitividade", lamentou o presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Henrique Dornelles. Segundo ele, produtores estudam mobilização para trancar a fronteira ou realizar tratoraço na Capital.


Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=116&Numero=182&Caderno=0&Noticia=274935

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