segunda-feira, 30 de maio de 2011
A importância de ter equipes mistas
Muitos pensam que os velhinhos já deviam ter parado, outros os idolatram e os adotam como verdadeiros mentores, enquanto os jovens muitas vezes são vistos como o sangue novo das empresas, o que as fará achar novas soluções para o futuro próximo. A verdade é que ambos são importantes, sim, nas empresas. Enxergo uma discrepância entre os profissionais Y e os mais experientes, que são os baby boomers ou até mais experientes, como eu. Os mais jovens têm tudo que seus pais, geração X, não tiveram: cursos de idiomas, colégios e faculdades particulares, tecnologia etc. E os baby boomers, por sua vez, mesmo que muitos sequer tenham uma graduação, têm a experiência e a vivência. Ambos devem se completar.
Observo em algumas empresas os excessos de um ou de outro de forma clara. Há empresas que são formadas exclusivamente por jovens, profissionais com no máximo 35 anos. Falta experiência, falta muitas vezes, também, profissionalismo. No outro lado estão as empresas cheias de pessoas experientes, que de certa forma relutam pela inserção de jovens, os quais vêm sempre cheios de ideias e energia, mas não sabem onde gastá-las.
Um ideal, defendo, é muito relativo para ser definido, mas há que se ter equilíbrio. Toda empresa precisa de pessoas com visão estratégica, que conhecem o mercado com a palma das mãos, e também precisa daqueles que executam tarefas mais simples e gastam mais energia.
Não digo que uma empresa que tenha em sua maioria profissionais de um tipo não funcione. Muito pelo contrário. Há empresas inovadoras e cheias de jovens que estão dando muito certo, pois acharam um nicho de mercado onde outros jamais estiveram, mas ainda assim, acredito que a voz da experiência poderia ajudar a conquistar mais mercado ainda. E também as empresas com uma visão estratégica impressionante, mas que pode correr o risco de cair na obsolescência, por faltar justamente o conteúdo novo, a atualização que os jovens trazem das carteiras da escola e faculdade.
Na empresa que fundei, por exemplo, existem profissionais de todas as idades. Cada um no seu cada qual. A única coisa que faço questão é que estejam de acordo com nossos valores, que sejam competentes e que entendam que nossos clientes sempre deverão ser tratados de forma especial. De resto, espero que eles sejam o mais diferentes entre si possível, pois são as diferenças que compõem as melhores ideias e os melhores trabalhos.
Fonte: http://www.amanha.com.br/blogs/92-vida-executiva--por-bernt-entschev/1932-a-importancia-de-ter-equipes-mistas
Preços de alimentos nas alturas: América Latina vulnerável?
Na opinião da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), tal volatilidade cria incerteza e representa um obstáculo ao investimento e a acumulação sustentada de capacidades tecnológicas e produtivas nos países da região.
A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, considerou que o aumento nos produtos agrícolas, minerais e energéticos impacta toda a região, ainda que há variações entre os Estados por sua condição de exportadores ou importadores das chamadas commodities (produtos primários).
Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) advertiu que em fevereiro de 2011 o índice de preços dos alimentos bateu recorde histórico, ao medir uma cesta básica hipotética composta por cereais, açúcar, produtos oleosos, carne e laticínios.
Ainda que em março e abril houve uma ligeira queda, estes indicadores continuam 36 por cento acima dos valores registrados há um ano.
Com esses aumentos, tende a diminuir o consumo de nutrientes por parte dos segmentos mais pobres da população, e instauram-se condições para desequilíbrios insustentáveis nas contas correntes dos países, alertou a Cepal.
Ministros da Agricultura dos Estados membros do Grupo dos 20 (G-20) analisaram, os passados 19 e 20 de maio, a volatilidade das commodities e examinaram as tendências dos principais produtos agropecuários quanto a oferta e demanda internacionais.
No contexto do fórum, realizado em Buenos Aires, o ministro de Economia argentino, Amado Boudou, responsabilizou à especulação financeira pelos altos preços dos alimentos, pois a tendência de ascensão ultrapassa amplamente as flutuações determinadas pela correlação oferta-demanda.
A organização não-governamental GRAIN, especializada em temas agrícolas, estima que o dinheiro especulativo em alimentos, cresceu de cinco bilhões de dólares em 2000 a 175 bilhões em 2007 e o negócio continua em ascensão.
Também não podem ser ignorados os estragos provocados por fenômenos climáticos e o encarecimento dos custos agrícolas associados aos aumentos na cotação dos hidrocarbonetos.
No entanto, a crise no terreno alimentar não está provocada por escassez nas produções.
Especialistas na matéria localizam como centros do conflito o destino das ofertas e a falta de equidade na distribuição.
Cerca de um terço dos alimentos produzidos anualmente no planeta para o consumo humano, aproximadamente um bilhão 300 milhões de toneladas, perdem-se ou são desperdiçados, precisou um estudo da FAO.
Realizada em Lima, Peru, a V Reunião do Grupo de Trabalho da Iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome calculou, em maio deste ano, que mais de 52 milhões de habitantes na região padecem por malnutrição.
Pese aos esforços dos governos, não se conseguiu reduzir significativamente a insegurança alimentar e nutricional, assinalaram os participantes no fórum.
Soberania alimentar
Considerada a zona mais desigual na distribuição dos rendimentos, a América Latina é um cenário com contrastes marcados quanto a produção e acesso dos cidadãos aos fornecimentos básicos para sua alimentação.
Os países com maior dependência das importações de comida figuram entre os mais vulneráveis, ainda que neste sentido as políticas e planos de governo também marcam diferenças.
Depois do fracasso do neoliberalismo no continente, o resgate do papel do Estado aparece entre as alternativas mais esperançosas para sair do estancamento produtivo ou, em outros casos, fazer com que os progressos macroeconômicos se expressem na vida da população.
Desse prisma, vários governos optam por intervir nas atividades agrícolas, incluídas as industriais.
Na opinião da representante da FAO na Bolívia, Elisa Panadés, merecem reconhecimento as medidas do governo de Evo Morales destinadas a erradicar a fome nessa nação sul-americana.
A especialista destacou a vontade política do Estado Plurinacional para impulsionar o trabalho dos pequenos agricultores e fomentar estratégias inclusivas de distribuição dos resultados produtivos.
Entre os acertos, Panadés mencionou a entrega de bônus de ajuda a setores em desvantagem social, junto com a criação de programas como Desnutrição Zero, Apoio à Segurança Alimentar e Valorização da Economia Camponesa de Camélidos.
Segundo informou o vice-ministro boliviano de Desenvolvimento Rural e Agropecuário, Víctor Hugo Vásquez, o Estado investirá em 2011 outros 52 milhões de dólares a fim de aumentar a produção de hortalizas e grãos, com destino à população.
O coordenador nacional do Programa de Apoio à Segurança Alimentar, Remy González, informou que o Governo distribuirá neste ano um total de 500 milhões de dólares entre pequenos e grandes produtores agrícolas mediante diversos mecanismos de apoio.
Entre os programas em marcha, figura a execução de sistemas de irrigação e fornecmento de água a zonas rurais, mediante o investimento de uns 100 milhões de dólares, confirmou o mandatário Evo Morales.
"A Bolívia -avaliou o estadista- não deve esperar que os países industrializados mudem as políticas de desenvolvimento causantes da crise alimentar, senão promover programas de produção para enfrentar o problema".
Nações latino-americanas com maior regulação econômica também põem seus olhos no fomento das capacidades locais, assim o ilustram as medidas aprovadas recentemente no Brasil pela presidenta Dilma Rousseff.
Em seu habitual programa de rádio das segundas-feiras, Café com a presidenta, a dignatária ratificou em 23 de maio passado a decisão de atender as necessidades de uns quatro milhões 300 mil lares que vivem da agricultura familiar.
Entre as decisões destacou a libertação de fundos equivalentes a uns nove bilhões 420 milhões de dólares para financiar a próxima colheita dos pequenos produtores, com início em julho próximo.
Ademais prevê a redução de juros nos empréstimos concedidos aos trabalhadores rurais por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, e a criação de uma superintendência na Caixa Econômica Federal para o desenvolvimento habitacional no campo.
Cada centavo que o governo investe na agricultura familiar se multiplica, aumenta a produção e o consumo, reduz o preço dos alimentos e ajuda a colocar mais comida na mesa de muitas famílias, apreciou a presidenta.
Reconhecidos pela FAO e outras instituições internacionais, os avanços da Venezuela no campo alimentar descansam fundamentalmente na intervenção do Estado na promoção de investimentos e a entrega de maiores garantias aos produtores. Nos últimos 12 anos, o consumo anual de carne no país aumentou de 407 mil toneladas a 601 mil, com isso o per capita passou de 17,6 a 25 quilogramos, exemplificou o titular de Alimentação, Carlos Osorio.
A Administração do presidente Hugo Chávez recorreu à nacionalização de empresas associadas ao setor entre elas companhias agroquímicas e comercializadoras de alimentos, a fim de evitar especulações e controles monopólicos.
Ao mesmo tempo promoveu a recuperação terras para cultivos, que segundo cifras oficiais somam mais de 2,5 milhões de hectares desde 1999 até a data.
Para o vice-ministro venezuelano de Agricultura Iván Gil, as políticas governamentais de recuperação de terras, entrega em massa de créditos, acesso a tecnologia e cooperação internacional explicam o aumento da produção e a distribuição de alimentos.
Na busca de alternativas para encarar problemas comuns, Bolívia e Venezuela concordaram em março passado a criação de uma empresa grannacional de produção de alimentos.
A ministra boliviana de Desenvolvimento Rural, Nemecia Achacollo, disse que a nova entidade conta com um capital inicial de 60 milhões de dólares para fomentar o cultivo de milho e trigo.
Representantes de ambos os países, asseguraram que a grannacional trabalhará na produção, processamento, intercâmbio, distribuição e comercialização de diferentes produtos.
Dentro desses incluíram soja, batata, milho amarelo, trigo e arroz. Simultaneamente assinalaram o interesse de identificar potenciais rubros de investimento para o processamento industrial de produtos agrícolas e pecuários.
Entidades como a referida grannacional fazem parte dos projetos da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), integrada por Antiga e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Equador, Nicarágua, São Vicente e as Granadinas e Venezuela.
Ainda que com realidades diversas, as nações da América Latina evidenciam que os caminhos para atenuar ou resolver o déficit alimentar precisam soluções contrapostas às leis do mercado, onde especuladores e grandes empresas tratam de maximizar dividendos a custa de matar de fome milhões.
(*) A autora é chefa da Redação América do Sul da Prensa Latina.
Prensa Latina - México
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Por uma Rouanet da educação
Por Tércio Saccol
É consenso: sem uma educação de qualidade, o Brasil não terá condições de segurar por muito tempo o atual ciclo de crescimento econômico. E não é de hoje que as empresas brasileiras vêm sentindo o peso dessa verdade. Está faltando mão de obra qualificada no Brasil. E nem poderia ser diferente num país em que grande parte dos professores ganha pouco mais de um salário mínimo – e onde apenas 13% da população entre 18 e 24 anos conclui o ensino superior. A grande questão é: qual a melhor maneira de driblar essa deficiência?
No contexto corporativo, a resposta parece simples: as próprias empresas devem investir na qualificação de seus funcionários. E muitas companhias já fazem isso. Mas é aí que elas se deparam com mais um obstáculo no caminho do verdadeiro desenvolvimento: não existe, no Brasil, nenhum programa que estimule as corporações a bancar o estudo de seus funcionários e colaboradores.
Atualmente, as empresas podem descontar o valor investido na educação de funcionários do faturamento bruto declarado no cálculo do Imposto de Renda. A legislação brasileira também prevê que as bolsas e os prêmios de estímulo à produção intelectual sejam admitidos como despesas operacionais. E é só. Fora disso, empresas que desejam investir no estudo e na capacitação de seus quadros precisam agir por sua própria conta e risco.
Ideias e projetos para corrigir essa lacuna não faltam. O problema está na dificuldade em passar da teoria à prática. Em 2004, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apresentou um projeto que previa a utilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o pagamento de parcelas de anuidade escolar do ensino superior. Ou seja: a lei não serviria de estímulo às empresas, mas aos funcionários. De acordo com o texto, o trabalhador poderia sacar até 30% do valor de sua conta vinculada para quitar até 70% do valor de cada parcela.
O projeto vem tramitando no Congresso, há nada menos que sete anos – mas ainda não há prognósticos de quando será votado. Em agosto de 2007, o então senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) apresentou um projeto de incentivo específico às empresas e aos empregadores. Pela proposta de Zambiasi, o dinheiro gasto na qualificação de mão de obra poderia ser abatido da contribuição para o regime geral de previdência social. Três anos se passaram, o projeto passou de mão em mão, sobrevivendo a cerca de 40 reelaborações – e continua, simplesmente, um projeto.
Engolida pelo pantanal burocrático, a ideia de Zambiasi acabou sendo assimilada a uma proposta diferente, que prevê a não incidência de contribuição previdenciária sobre alguns cursos de graduação. Esse é o projeto que se encontra, hoje, na mesa diretora da Câmara. Dois anos após a iniciativa de Zambiasi, foi a vez da sucursal paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) de propor uma solução ao assunto. Em 2009, a entidade apresentou um anteprojeto de lei para facilitar a captação e o direcionamento de recursos privados para a educação. A proposta, entregue ao Ministério da Educação, usava como modelo a Lei Rouanet de incentivo à cultura, que estende incentivos fiscais a empresas que financiem ou apoiem projetos culturais, como produção de filmes e peças de teatro.
A ideia apresentada pela OAB era simples: oferecer os mesmos benefícios às companhias que investem em ensino. Se aprovada, a proposta permitiria que pessoas físicas ou jurídicas aplicassem parcelas do Imposto de Renda em projetos na área da educação. Mas, como suas antecessoras, a ideia da OAB continua presa na ciranda da indecisão política. “Uma iniciativa deste tipo poderia trazer grandes benefícios para as empresas e seus colaboradores”, avalia Luís Ângelo Noronha de Figueiredo, diretor de RH da Weg – empresa que investe constantemente na educação de seus funcionários. “Além disso, seria oportuno aprovar projetos que melhorassem os currículos das escolas, adequando-os à realidade e às necessidade das empresas.” Ou seja: não basta só aparar as arestas – é preciso também reformar a problemática base da educação brasileira.
Desde 2004, tramitam no Congresso pelo menos três projetos que preveem incentivos para as empresas que investem na educação. Nenhum deles foi votado
Enquanto projetos e anteprojetos dão voltas, as empresas continuam agindo por conta própria. É o que aponta a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). “Mesmo sem lei de incentivo, as empresas já investem nos seus trabalhadores. O próprio Sistema Fiergs, através do Sesi e do Senai, atua nessa prática há muito tempo, sempre incorporando modalidades e cursos de acordo com a demanda industrial e com a modernidade”, informa a entidade, por meio de nota enviada a AMANHÃ. Hoje, o Senai conta com uma faculdade que forma tecnólogos, por exemplo.
Além de multiplicar benefícios para atrair profissionais qualificados, muitas corporações apostam na concessão de bolsas de estudo ou no financiamento completo de cursos de graduação – o que, muitas vezes, inclui a formação de parcerias com instituições de ensino. “Esse tipo de incentivo alimenta um relacionamento emocional entre o funcionário e a empresa – e isso sem falar em todo o conhecimento que o funcionário reproduzirá entre as paredes da companhia”, opina o professor e consultor em educação, Carlos Monteiro, da CM Consultoria.
Na Weg, existem políticas de estímulo à educação desde 1976. A empresa incentiva seus funcionários a realizar cursos fora da empresa (como aulas de idiomas, graduações e pós-graduações) e também aposta em treinamentos internos. Mas o funcionário precisa respeitar certas condições: o treinamento deve estar voltado às necessidades do cargo atual e as aulas devem ocorrer, de preferência, fora do horário de expediente normal. Mesmo na falta de incentivos governamentais, a empresa tem uma avaliação positiva dessas políticas. “Podemos contar com colaboradores cada vez mais preparados para assumir papeis estratégicos. Atualmente, temos um número significativo de transferências internas e externas, oportunizando crescimento a vários de nossos colaboradores” aponta Noronha.
De acordo com Marisa Eboli, professora da USP e especialista em educação corporativa, o mundo das empresas está atento à necessidade de superar a falta de incentivo público. Sobre o tema, Marisa liderou a pesquisa “Práticas e Resultados da Educação Corporativa 2009”, conduzida pelo Grupo de Estudo em Gestão da Educação Corporativa da FEA/USP. O levantamento mostrou que 40% das empresas aplicam entre 1% e 3% da folha de pagamento em educação corporativa – enquanto 19% aplicam mais de 5%. “É inquestionável o amadurecimento da educação corporativa. Há uma expressiva expansão de experiências, tanto em termos de quantidade como de qualidade”, destaca Marisa.
Fonte: http://www.amanha.com.br/gestao-internas/50-gestao-1/1918-por-uma-rouanet-da-educacao
Semana de orgânicos foca a identificação dos produtos
“O objetivo da semana é conscientizar o consumidor sobre os benefícios e qualidades dos alimentos orgânicos para a saúde. Informações e orientações para a identificação desses produtos nas feiras, mercados e supermercados também serão fornecidas aos consumidores”, explica Virgínia Lira, fiscal agropecuária e integrante da equipe de agroecologia do Mapa, área responsável pela promoção do evento.
O Sebrae é parceiro da 7ª Semana dos Alimentos Orgânicos. A instituição patrocinou a produção e a distribuição do cartaz do evento e também está apoiando a montagem da programação das atividades em várias regiões brasileiras.
Até o momento, existem 9,7 mil produtores orgânicos cadastrados no ministério. O credenciamento continua aberto para agricultores familiares, certificadoras e produtores associados em sistemas participativos de garantia (www.agricultura.gov.br). O número de integrantes da cadeia produtiva dos alimentos orgânicos é muito maior do que o total atual registrado no Mapa, observa Virgínia.
“O resultado foi obtido por auto-declarações dos agricultores e mostrou um universo muito diferente do que as certificadoras apontaram. Só quando o sistema de cadastramento do Mapa estiver funcionando plenamente será possível conhecer o número real de agricultores orgânicos no país", informa. A expectativa do Mapa é de que esse total deverá chegar a 15 mil produtores até o final deste ano.
O selo Produto Orgânico Brasil, lançado pelo ministério em janeiro de 2010 para identificar a autenticidade desses produtos, seja na compra direta dos agricultores ou de terceiros (em supermercados e mercados), é uma garantia para consumidores. "Nas feiras livres os agricultores orgânicos devem expor em suas bancas a Declaração de Cadastrado do Mapa para facilitar a identificação de seus produtos pela clientela”, alerta a técnica.Para conhecer o cartaz da 7ª Semana dos Alimentos Orgânicos, legislação, normas, selo e outras informações, acesse o hotsite www.prefiraorganicos.com.br
Fonte: http://www.agenciasebrae.com.br/noticias/agronegocios/
Convenção Técnica Estadual discute futuro do Irga – gestão 2011-2014
Trata-se de um evento técnico de abrangência estadual que contará com a participação de pesquisadores, extensionistas rurais de nível médio e superior, conselheiros do Irga, e pesquisadores convidados de Instituições de Pesquisa e Universidades públicas e privadas, que tem atuação no setor agropecuário na metade sul do Estado do Rio Grande do Sul.
Conforme o assessor técnico da autarquia, Sérgio Lopes, a expectativa é que cerca de 120 pessoas participem da Convenção. “O encontro que reúne técnicos dos diversos segmentos de atuação do Irga, tem foco na socialização dos resultados obtidos na safra anterior - 2010/11 - e na elaboração dos programas de pesquisa, extensão e política setorial para a safra 2011/12”, salientou.
Na quarta-feira (1º/06), acontecerão três painéis: Sistemas integrados de produção em várzea, Sustentabilidade na produção agrícola em solos de várzea, e Armazenamento de grãos na Propriedade Rural: Alternativas tecnológicas, viabilidade econômica e fontes de financiamento. Cada painel contará com palestras ministradas por pesquisadores, consultores técnicos e professores renomados da área.
Entre os destaques, está uma palestra motivacional: Mudanças, Organizações, Gestão e Pessoas, que será realizada pelo administrador e professor da Unisinos, Pedro Roberto Blos Sobrinho, às 14 horas, na quinta-feira (02/06). O assunto contribuirá para a motivação dos recursos humanos, buscando o comprometimento e o empenho nas ações futuras.
Confira a programação completa.
As informações são da assessoria de comunicação e marketing do Irga
Fonte: http://www.agrolink.com.br/noticias/NoticiaDetalhe.aspx?codNoticia=130778
quarta-feira, 25 de maio de 2011
O que prevê o texto do Novo Código Florestal
Na beira de rios, a APP será de 30 metros para cursos de água de até 10 m de largura. Para fins de recomposição, a margem cai para 15 m.
A Reserva Legal na Amazônia será de 80% em caso de florestas; 35% em caso de Cerrado e 20% em caso de campos gerais. Nas demais regiões do país será de 20%.
O Novo Código Florestal cria o Cadastro Ambiental Rural, onde a RL deverá ser registrada, dispensando os produtores da exigência da averbação em cartório.
Pequenas propriedades (até quatro módulos) não precisam recompor área da Reserva Legal utilizada.
Médias e grandes propriedades podem somar as áreas de APP para compor a Reserva Legal.
Compensações ambientais poderão ser feitas fora da bacia onde situa-se a propriedade rural.
Quem desmatou o permitido na época não terá que recompor, mesmo que a lei tenha sido modificada.
Isenta de punições para ocupações irregulares até 22 de julho de 2008.
Manutenção das atividades consolidadas em APPs que atendam critérios como utilidade pública, interesses sociais e baixo impacto ambiental.*
Autoriza estados a regularizar áreas desmatadas.*
* Aprovado pela emenda 164
Clique na imagem para ampliar
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=116&Numero=237&Caderno=0&Noticia=297118
terça-feira, 24 de maio de 2011
Confiança é a base das relações de trabalho e impacta na carreira
Segundo especialistas, profissionais e gestores devem ficar atentos aos sinais da falta de confiança
A confiança é uma das bases que mantém as relações humanas. E o mesmo ocorre no mercado de trabalho. “Nesse caso, ela é o combustível fundamental”, afirma a diretora executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Izabel de Almeida. “Para tudo o que nós fazemos, é vital termos confiança”, diz.
Confiança no mundo corporativo significa, em linhas gerais, não se preocupar quando o trabalho está nas mãos de determinado profissional, quando uma decisão é tomada por determinado gestor ou mesmo quando uma equipe é designada a mudar a trajetória dos resultados. “No mundo corporativo, confiança é uma avaliação que se faz do seu trabalho”, acredita a consultora em Recursos Humanos do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo, Jane Souza.
A questão é simples: se o profissional confia no gestor que tem, dificilmente ele questionará suas decisões ou ficará inseguro na hora de colocá-las em prática. E um líder que confia no profissional não o relegará ao esquecimento e dará a ele a chance de abraçar os desafios que surgirem.
Se a confiança é a base para as relações também no mercado de trabalho, a falta dela pode ser nociva para a carreira e também para a empresa. “As consequências são danosas, pois a falta de confiança interfere no clima organizacional e nos resultados. É o custo invisível da empresa”, afirma Izabel.
Os sinais da desconfiança para o profissional
Para que os prejuízos invisíveis não se tornem visíveis, o ideal é identificar o quanto antes a falta de confiança. Os sinais que identificam que o líder não confia no profissional são mais claros que aqueles que identificam que o o gestor não é confiável. “O gestor, quando não confia no seu subordinado, não dá feedbacks”, afirma Izabel.
Jane explica que o profissional que fica relegado a tarefas mais operacionais e não é convidado a participar de projetos mais desafiantes com o restante da equipe pode ficar atento, pois, nesse caso, o gestor pode não confiar tanto no trabalho dele. “É como se o profissional não tivesse capacidade de executar tarefas mais difíceis”, explica Jane.
Retirar tarefas do profissional, sem trocar por outras mais difíceis, é um sinal ainda mais claro da falta de confiança. “Se o gestor começa a tirar tarefas consideradas estratégicas e complexas e repassar para outros profissionais, pode ser um outro sinal”, afirma Izabel.
A especialista ainda diz que até o tom da voz do gestor pode mostrar ao profissional que a base da relação entre eles está trincada. “Chamar a atenção na frente das pessoas de modo áspero pode até ser caracterizado como assédio moral. E ele advém principalmente da falta de confiança”, explica.
Se a falta de confiança for confirmada, Jane recomenda que o profissional se adiante em conversar com o gestor. “Na verdade, essa conversa teria de ser providenciada pela liderança. Mas, se isso não acontecer, o profissional deve conversar e saber os motivos que levam seu líder a não confiar nele”, afirma a consultora.
Os sinais da desconfiança para o gestor
Quando um profissional não confia no seu líder, a probabilidade de a equipe inteira ter o mesmo sentimento é grande. Ainda assim, segundo as especialistas consultadas, averiguar essa situação é mais difícil e requer que o gestor conheça bem sua equipe para perceber as mudanças.
E como identificar? “Quando o profissional não mostra entusiasmo pelas tarefas que lhe são passadas já é algum indício”, aponta Jane. Izabel aponta que, assim como ocorre com os profissionais, os gestores também podem ser isolados pela equipe, quando não existe confiança.
“O profissional pode começar a se ausentar, a buscar alianças com outros líderes e colaboradores e até mesmo sanar dúvidas com outros gestores”, afirmou Izabel.
Nesse caso, as consultoras aconselham aos gestores, quando notarem essa falta de confiança de seus subordinados, que conversem com eles e verifiquem o que pode mudar. “Somente com a conversa é possível sanar esse tipo de problema”, reforça Izabel.
Fonte: http://www.gruposoma.net/Confianca-e-a-base-das-relacoes-de-trabalho-e-impacta-na-carreira?utm_source=getresponse&utm_medium=email&utm_campaign=gruposoma&utm_content=Confian%C3%A7a+%C3%A9+a+base+das+rela%C3%A7%C3%B5es+de+trabalho+e+impacta+na+carreira
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Importância do trigo no Brasil é destacada em Fórum Nacional
O Brasil tem área com potencial para produzir 12 milhões de toneladas de trigo, considerando apenas a área que já é cultivada com grãos no país. Contudo, a produção brasileira prevista para 2011 é de 5,3 milhões de toneladas, frente a um consumo de 10 milhões de toneladas. No quesito tecnológico, o Brasil é referência mundial, com rendimentos nas lavouras que chegam a 6 mil kg/ha, mas a realidade tem sido o baixo investimento na cultura que alcançou a média de 2.500 kg/ha na última safra.
Segundo a Fundacep, em 2006 mais de 60% das cultivares disponíveis no mercado eram de trigo brando. Em 2009, para atender a demanda da indústria, 90% das cultivares passaram a resultar em trigo pão. Mesmo atendendo aos quesitos de qualidade exigidos pelo mercado, o trigo brasileiro sofre concorrência direta do cereal importado dos países vizinhos. Em 2010, somente a Região Sul importou 355 mil toneladas dos países do Mercosul, enquanto exportou 585 mil toneladas para o Oriente Médio e África do Sul. “Os países vizinhos produzem trigo com tecnologia brasileira. As nossas cultivares estão no Uruguai e no Paraguai. O que estamos importando é o trigo brasileiro, gerando emprego e renda longe daqui”, desabafa o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Sergio Dotto. Para o engenheiro agrônomo da C.Vale Cooperativa Agroindustrial, Enoir Pellizzaro, os trigos brasileiros são tão bons quanto os importados: “hoje a C.Vale produz farinha de qualidade usando apenas 20% de trigo importado”.
De acordo com o deputado federal, Gerônimo Goergen, o Mercosul foi criado para unir esforços na disputa por novos mercados e não para desencadear uma luta entre os países do Cone Sul. Na abertura do Fórum, Goergen avaliou que o trigo não pode ser moeda de negociação entre Brasil e Argentina para exportação de produtos eletrônicos, automóveis e máquinas agrícolas. “Uma discussão reunindo cinco ministérios acontece na próxima semana em Brasília e vamos levar as reivindicações da triticultura levantadas neste evento. Neste momento em que a Argentina está impondo barreiras a entrada de nossos produtos no país, é o momento do Governo defender o trigo brasileiro e corrigir um erro cometido no passado”, enfatiza o deputado.
O Documento de Interpretação e Encaminhamentos do VI Fórum Nacional do Trigo será entregue no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na próxima segunda-feira, dia 23, através do Presidente da Cotrijuí Carlos Domingos Poletto, e do Presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto. O documento está disponível no site do evento em http://www.forumnacionaldotrigo.com.br.
Outra discussão sobre trigo que deverá repercutir nos próximos meses aconteceu também no dia 17, na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), quando um grupo de obtentores, responsáveis pela geração e desenvolvimento de cultivares de trigo, estiveram reunidos para discutir os critérios para o enquadramento das cultivares na nova classificação que começa a vigorar em 2012. Indicativos como número de amostras para classificar cada cultivar e a padronização do tratamento estatístico nas pesquisas serão apresentados na V Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, que acontece de 25 a 28 de julho, em Dourados/MS.
As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Trigo.
Fonte: http://www.agrolink.com.br/noticias/NoticiaDetalhe.aspx?codNoticia=130443
Autorizados leilões de opção pública de arroz
Portaria interministerial, publicada nesta quinta-feira, estabelece os requisitos para operações de até 500 mil toneladas do grão. Medida vai garantir escoamento da safra a um preço melhor para o produtor
Laila Muniz
A Portaria interministerial (Agricultura e Fazenda) Nº 254, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 19 de maio, autoriza a realização de leilões de opção pública de arroz produzido no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A medida vai apoiar a comercialização de até 500 mil toneladas do grão por, pelo menos, o preço mínimo estipulado pelo governo, agregado aos custos de carregamento até a data do exercício. O lançamento dos leilões foi anunciado pelo ministro Wagner Rossi no final de março.
Para essas operações serão direcionados R$ 300 milhões. Na opção pública que será lançada pelo governo, por leilões, os produtores ou cooperativas que adquirirem o contrato terão garantido o preço de R$ 29,00/50 kg para o arroz em casca, em novembro de 2011. A expectativa é que o primeiro aviso com as regras do leilão seja publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em até uma semana.
A intenção do governo é alavancar a comercialização de arroz do produtor, sinalizando um preço futuro para o grão, e fortalecer a formação de renda do produtor. Hoje, o preço médio do arroz, a valor de mercado do produto recebido pelo produtor do Rio Grande do Sul, está em R$ 18,50/50 kg, abaixo do preço mínimo fixado pelo governo, que é de R$ 25,80, por saca de 50 kg.
Além das opções públicas, também poderão ser realizados leilões de opções privadas. A oficialização da medida deve sair nos próximos dias, com a publicação de outra portaria interministerial, em fase de finalização. Neste caso, outras 500 mil toneladas do grão poderão ser comercializadas. Na opção privada, o governo oferece, em leilão, um prêmio a empresas interessadas em lançar opções de venda ao produtor a um preço futuro previamente definido. Para essas operações, o Ministério da Agricultura vai direcionar R$ 60 milhões.
Apoio
No início de fevereiro, o ministro Wagner Rossi também, anunciou, no Rio Grande do Sul, a realização de leilões de 1,02 milhão de toneladas de arroz na modalidade PEP (Prêmio de Escoamento de Produto), além da aquisição direta (AGF) de 360 mil toneladas do grão. A iniciativa havia sido determinada pela presidente Dilma Rousseff.
Saiba mais
Contrato privado de opção de venda (opção privada) – O governo concede prêmio a empresas interessadas em lançar opções de venda, a preço pré-determinado, para produtores ou suas cooperativas.
Contrato de opção de venda (opções públicas) – O governo leiloa o direito de o produtor rural ou sua cooperativa vender o produto para estoques públicos a preço prefixado.
Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) - O governo concede um valor à agroindústria ou cooperativa que adquire o produto pelo preço mínimo diretamente do produtor rural e o transporta para região com necessidade de abastecimento.
Aquisição do Governo Federal (AGF) - Operação que consiste na compra direta do produto pelo governo. O produto deve estar incluído na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
Preço Mínimo - É o valor fixado pelo governo federal para produtos agrícolas. A finalidade da política é garantir que o agricultor receba um preço mínimo para cobrir os custos da safra. Quando o preço de mercado está abaixo do mínimo, o governo realiza leilões, como os de Prêmio de Escoamento de Produto e Aquisição do Governo Federal para permitir que esses valores cheguem pelo menos, ao patamar estipulado na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Atualmente, 34 produtos estão incluídos na política governamental, entre eles arroz, feijão, milho, trigo, algodão, uva, sisal, soja, borracha e leite.
Co nfira na íntegra a Portaria nº 254 que autoriza os leilões der opção pública:
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=22&data=19/05/2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Fórum Nacional do Trigo projeta clima favorável à safra gaúcha
A projeção do Instituto Nacional de Meteorologia, apresentada nesta terça-feira (17), em Ijuí/RS, durante VI Fórum Nacional do Trigo, indica, segundo o meteorologista Luiz Renato Lazinski, que as condições climáticas deste ano serão favoráveis à produção gaúcha do trigo. Chuvas irregulares, com níveis de precipitação abaixo da média, e ondas de frio mais intensas deverão ocorrer na Região Centro-Sul do país entre maio a julho, período de encaminhamento do plantio do grão.
Segundo Lazinski, a "excelente umidade do solo do Rio Grande do Sul deverá compensar a baixa frequência de chuvas nesse período”. A partir de agosto, as precipitações devem voltar ao nível normal e, a partir de setembro, a temperatura começará a subir com a chegada da primavera. É nesse período, no entanto, que poderão ocorrer problemas como excesso de chuva e, embora pouco provável, não está totalmente descartada a ocorrência de geada, o que seria prejudicial à finalização da colheita.
Mesmo não vendo maiores complicações para a safra gaúcha de trigo, Lazinski fez uma consideração. "Ninguém tem controle absoluto sobre o clima e as previsões não são cem por cento precisas", disse.
No cenário internacional, ao contrário, o clima não estará colaborando com a safra de grãos de um dos principais concorrentes brasileiros. Nos Estados Unidos, o excesso de chuva e frio não serão favoráveis à produção norte-americana.
Trigo no RS
Segundo a Emater/RS-Ascar, os melhores rendimentos da história do trigo no RS foram obtidos na safra 2010 (2.490 Kg/ha), quando o Estado colheu aproximadamente 1,9 milhões de toneladas. Os municípios com as maiores altitudes, como Vacaria e Lagoa Vermelha, possuem os melhores índices gaúchos de produtividade.
Na Região de Ijuí, o trigo foi cultivado em 213 mil hectares e a produtividade média foi de aproximadamente 42 sacas/ha. A produção total da região na safra 2010, foi de 536.760 toneladas. A Emater/RS-Ascar deverá lançar, nos próximos dias, uma projeção oficial sobre a expectativa de plantio para 2011. Contudo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima um aumento de 5% na área cultivada com trigo no Estado.
Joseani M. Antunes
Embrapa Trigo
Artigo: Mudança climática será nociva para a agricultura na maior parte do Brasil
A mudança do clima prevista para as próximas décadas como resultado do aquecimento global coloca em risco a produção agrícola no Brasil. Estudo(1) de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) prevê que o aumento da temperatura no país vai diminuir a área favorável aos cultivos de soja, café, milho, arroz, feijão e algodão, podendo levar a um prejuízo de R$ 7,4 bilhões já em 2020. As exceções são a cana-de-açúcar, que terá
espaço para se expandir, e a mandioca, que, apesar de perder espaço de cultivo no Nordeste, poderá ser plantada em regiões mais frias do Brasil. Os resultados sugerem que a geografia da produção agrícola brasileira vai mudar nos próximos anos – e, para evitar danos maiores ao desenvolvimento do país, é preciso começar a agir desde já. Os principais efeitos da mudança do clima na agricultura estão relacionados a mudanças na disponibilidade de água para os cultivos e à ocorrência de fenômenos meteorológicos extremos mais graves e mais frequentes, como enchentes, ondas de calor, geadas, furacões, secas, etc.
No caso das culturas de soja, arroz, feijão e milho, o que deve ocorrer é uma redução nas áreas atuais de cultivo. Locais que hoje já apresentam escassez de água em alguma fase do ciclo de cultivo podem ter esse período ampliado.
A cultura do café pode ser uma das mais afetadas, pois é sensível tanto às temperaturas altas como às temperaturas muito baixas (geadas). Nesse caso, a cultura poderá encontrar condições de se expandir nos Estados da região Sul do país, à medida que altas temperaturas em São Paulo e Minas Gerais se tornarem mais frequentes e as geadas no Sul, mais raras. Uma possível expansão da cana-de-açúcar e da mandioca para os Estados do Sul também está relacionada à menor frequência e intensidade de geadas a se observar nas próximas décadas.
A fruticultura de clima temperado, como a produção de maçã e pêra, que dependem da ocorrência de um inverno bem-definido e com uma duração mínima de um período de frio, deve sofrer redução das áreas que hoje são aptas ao cultivo. Em Bento Gonçalves, dados da Estação Climatológica da Embrapa Uva e Vinho dos últimos 35 anos mostram tendência de aumento da temperatura, principalmente nas temperaturas mínimas, com uma taxa média de mais 0,15ºC em dez anos.
No caso da viticultura de clima temperado, a continuidade do aumento da temperatura nas próximas décadas deve proporcionar invernos menos frios. Nessa situação, ondas de calor durante o inverno podem se tornar mais frequentes, interrompendo o período de repouso vegetativo das videiras antecipadamente, provocando desuniformidade de brotação e dificuldades no manejo. Temperaturas mais altas também poderão agravar os problemas com doenças.
Apesar da tendência de aumento de temperatura constatada nos últimos anos, a tendência das chuvas no mesmo período é praticamente estável, com uma taxa média de mais 9,7 milímetros em dez anos – pouco, considerando-se um total anual de 1.780 milímetros.
Mesmo em condições de estabilidade da precipitação, o aumento da temperatura provoca um aumento na evapotranspiração, levando a uma condição de menor disponibilidade de água para as plantas. Em regiões que já enfrentam problemas de escassez de água, esse fenômeno pode corroborar para a formação ou ampliação de áreas em processo de desertificação, que já têm sido detectadas há algumas décadas no Brasil, principalmente na região Nordeste.
Baseados nos prováveis impactos da mudança do clima, estudos recentes têm indicado um elevado potencial de perdas econômicas em várias regiões brasileiras, especialmente nos Estados mais pobres, apontando para a necessidade de políticas de diminuição dos efeitos nocivos e de controle de emissões de gases do efeito estufa.
Na ausência destas políticas, os efeitos econômicos devem gerar impactos significativos nos fluxos migratórios da população, repercutindo, por exemplo, na forma de êxodo rural e de elevada pressão sobre serviços de infra-estrutura urbana, principalmente no Nordeste, o que repercutiria também em outras regiões do país.
Apesar dos prejuízos, a agricultura pode ser parte da solução para o problema. Um uso mais adequado do solo, com a adoção, por exemplo, de sistemas agropastoris (integração lavoura e pecuária), agrossilvipastoris (integração lavoura, pecuária e produção florestal) e do sistema de plantio direto (técnica de plantio sobre os restos do cultivo anterior, sem revolvimento do solo), além de redução do uso de fertilizantes, pode evitar novos desmatamentos, aumentar a captura de gás carbônico da atmosfera e ainda melhorar a fertilidade do solo.
Para conferir o artigo completo com as imagens clique aqui.
Dr. José Eduardo B. A. Monteiro
Engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Uva e Vinho
CNA defende barreiras para entrada de arroz no Brasil
Fonte: http://www.dci.com.br/CNA-defende-barreiras-para-entrada-de-arroz-no-Brasil-10-374294.html
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Rodada de negócios movimenta mercado
Os primeiros números da 3ª Rodada de Negócios, iniciada nesta quarta-feira (11), durante a 2ª Expoarroz, no Centro de Eventos em Pelotas, contabilizam 3,4 milhões de dólares em negócios realizados na feira, além de uma perspectiva dos compradores de outros cinco milhões de dólares previstos para os próximos 12 meses.
Foram realizadas 217 reuniões de negócios com a participação de 13 compradores internacionais da Inglaterra, Panamá, Estados Unidos, Turquia, Peru, Suíça, São Tomé e Príncipe, Índia, Nigéria, Argentina, Dubai, Paraguai e Uruguai e 18 empresas vendedoras. A rodada continua na quinta, das 8h ao meio-dia.
A exportação dos excedentes de arroz produzido no país é sem dúvida a principal saída para os produtores, que diante de uma nova supersafra - em 2010/2011 a produção estimada para o Rio Grande do Sul é de nove milhões de toneladas - veem os preços despencar no mercado interno e o consumo no país cair vertiginosamente. A observação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), André Barretto, uma das entidades realizadoras da 3ª Rodada de Negócios, que ocorre pela segunda vez na Expoarroz.
Fonte: http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=12¬icia=37046
Enfim, vamos usar trem para transportar arroz a São Paulo
Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=61955
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Itens pessoais na mesa de trabalho
Um dos maiores desafios da vida é equilibrar o lado pessoal e o profissional. E, muitas vezes, a carreira absorve muito mais tempo do que se deseja. Para amenizar o impacto da distância dos filhos, por exemplo, vale investir em um ambiente que lembre e simbolize o carinho que tem por eles.
Na mesa, sala ou estação de trabalho é importante ter objetos que levantam o astral e ainda podem ajudar no desempenho profissional. Uma pesquisa da Universidade de Exeter, na Inglaterra, feita com 2 mil funcionários de escritórios comprovou que - além de aliviar o estresse - ter objetos pessoais no ambiente aumenta a produtividade em 32%.
Segundo o Feng Shui, uma mesa de trabalho harmonizada pode ter itens que simbolizem tanto o lado profissional como o pessoal. No lado profissional é importante ter os contatos, logo, agenda, livros e materiais que falem do segmento de atuação profissional. No lado pessoal é importante ter uma foto da família, um desenho feito pelos filhos ou por uma criança, uma planta ou objeto decorativo. Vale lembrar que o exagero não é bom - e muito menos um milhão de papeis e coisas sem uso sobre a mesa. Então, primeiro observe a quantidade de itens no seu espaço de trabalho, limpe e organize para depois incluir novos itens e imagens.
E, para evitar esse exagero, é recomendado trabalhar com três itens que podem ser chamados de três harmonias:
- 1Escolha, por exemplo, um desenho feito pelo filho ou por uma criança ou um objeto colorido para colocar do lado direto da mesa para ativar a criatividade trazer inspiração.
- 2Outro item pode ser um objeto pessoal - que você goste muito. Exemplos: um vaso, uma caixa, uma miniatura de carro, um cristal, uma planta. Tenha cuidado com o tamanho desse item, escolha algo pequeno e que fique bem na sua mesa e o coloque do lado esquerdo para incentivar a energia da prosperidade.
- 3E, por fim, escolha uma mensagem (frase, oração, poesia) ou uma imagem (natureza: montanha, praia, viagem) bem inspiradora que transmita uma sensação de bem-estar, segurança, paz e/ou boas lembranças. Essa imagem pode ficar exposta na mesa ou no computador. Quando você se sentir muito estressado, pare e leia a mensagem ou olhe para a imagem para se acalmar e respire.
Um ambiente decorado - mesmo que seja apenas com a simplicidade e a beleza de uma planta ou flor - já melhora e renova as energias do lugar e das pessoas. Às vezes, muito mais do que se pode imaginar...
Um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado
Pelo menos um terço dos alimentos produzidos por ano no mundo é desperdiçado, de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (11) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O desperdício ocorre de forma diferenciada nos países ricos e nos pobres. Nos ricos, parte dos alimentos vai para o lixo antes do vencimento da data de validade, enquanto nos pobres o desperdício ocorre na fase de produção.
Na América Latina, o maior índice de desperdício se dá na produção de frutas e vegetais. Segundo a FAO, mais de 40% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados durante o processo de produção, pós-colheita e embalagem.
Segundo o estudo, que foi elaborado entre agosto de 2010 e janeiro deste ano pelo instituto sueco SIK, 1,3 bilhão de toneladas de alimento são desperdiçados por ano. A quantidade equivale a mais da metade de toda a colheita de grãos no mundo.
O estudo afirma que o mundo emergente e os países desenvolvidos desperdiçam aproximadamente a mesma quantidade de alimentos: 670 milhões de toneladas por ano nos países ricos e 630 milhões nas nações em desenvolvimento.
Segundo o relatório da FAO, nos países ricos muitos alimentos vão para o lixo antes mesmo de expirar a data de validade. As médias de desperdício per capita também são muito maiores em países industrializados. Na Europa e América do Norte, cada pessoa desperdiça entre 95 a 115 quilos de alimentos por ano. Na África Subsaariana, a média per capita é de seis a 11 quilos.
O documento da FAO informa ainda que no mundo emergente o problema maior é a falta de estrutura produtiva. Já nos países ricos, o principal fator é o comportamento dos consumidores. A quantidade total de alimentos desperdiçados nos países industrializados apenas pelos consumidores (222 milhões de toneladas) é quase equivalente ao volume de alimentos produzidos na África Subsaariana (230 milhões de toneladas).
Fonte: http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=6¬icia=37030
Rodada de Negócios atrai investidores de 15 países
Negociadores de 15 países estão em Pelotas, para a 3ª Rodada de Negócios do Arroz, que ocorre nesta quarta-feira (11), a partir das 8h, durante a 2ª Expoarroz, no Centro de Eventos, em Pelotas. A rodada de negócios contou com atividades prévias desde a recepção em Porto Alegre dos importadores, paradas e visitas a unidades de beneficiamentos de arroz localizadas ao longo da BR-116, no caminho para Pelotas.
Para a maioria dos importadores desta rodada, esta é sua primeira experiência no Brasil. Eles conheceram unidades industriais como a Camil, em Camaquã, onde puderam acompanhar os procedimentos dentro da fábrica. Outra parada foi na empresa Nelson Wendt, em Pelotas. Após o almoço, o grupo conheceu a estrutura do Tecon, em Rio Grande.
Mas a presença de estrangeiros não é privilégio da rodada de negócios. Nos corredores da exposição dinâmica da 2ª Expoarroz, o inglês e o espanhol são notados, nas conversas entre expositores e visitantes. Grupo do Fundo Latino Americano do Arroz (Flar) composto de integrantes de 15 países chegaram à feira, na intenção de conhecer novas tecnologias, trocar experiências e aplicá-las em seus países.
Fonte: http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=12¬icia=37021
Oitavo levantamento confirma crescimento da safra de grãos
A safra de grãos do Brasil, do período 2010/2011, deve ser de 159,5 milhões de toneladas. Os números são do oitavo levantamento realizado pela Conab e divulgado nesta terça-feira, (10), em Brasília.
A produção é de novo recorde, com um aumento de 6,9% ou cerca de 10,3 milhões de toneladas a mais que a safra passada, que foi de 149,2 milhões de toneladas. Comparada ao último levantamento, realizado em março, a produção cresceu 1,3% ou o equivalente a 2,1 milhões de toneladas. Também a área cultivada cresceu, com um aumento de 3,9 %, atingindo 49,3 milhões de hectares, ou seja, 1,84 milhões de ha a mais.
O crescimento se deve à ampliação de áreas de cultivo do algodão, do feijão 1ª e 2ª safras, da soja e do arroz. A boa influência do clima sobre o desenvolvimento das plantas foi também responsável pela evolução . O algodão apresenta-se com o maior crescimento percentual em área, com cerca de 65,9% a mais que no ano passado (835,7 mil ha). Isto pode levar a uma produção de 2 milhões de toneladas de pluma, ou seja, 843,7 mil t a mais. O número anterior foi de 1,2 milhão de toneladas de pluma.
Outro destaque é o feijão. A área deverá crescer 5 %, chegando a 3,8 milhões de hectares. Comparada à safra passada, a produção eleva-se em 14,3 %, podendo alcançar 3,8 milhões de t. A área da 1ª safra é de 1,4 milhão de hectares, enquanto que a da 2ª safra deverá atingir 1,6 milhão de hectares e a da 3ª safra, 0,8 mil hectares.
No caso da soja, houve uma ampliação da área de 2,9 %, alcançando 24,1 milhões de hectares, enquanto que a produção cresceu 7,2%, subindo para 73,6 milhões de toneladas. A colheita do grão está praticamente finalizada.
Para o arroz, o aumento da área foi de 3,7%, elevando-se para 2,88 milhões de hectares, assim também como a produção que deve apresentar um aumento de 19,2%, ampliando para 13,9 milhões de toneladas. A safra anterior foi de 11,7 milhões de toneladas.
No milho total, a produção deverá ser de 56,0 milhões de toneladas, semelhante a produção da safra passada, quando atingiu 56,2 milhões de toneladas. Para o milho 2ª safra, a estimativa é de semear 5,7 milhões de ha, ou seja, um aumento de 8,3%, devendo, no entanto, produzir 21,6 milhões de toneladas. Há a expectativa quanto ao comportamento do clima para o milho 2ª safra, uma vez que boa parte da lavoura foi semeada fora do período recomendado.
A pesquisa foi realizada por técnicos, no período de 25 a 28 de abril, quando foram consultados representantes de cooperativas e sindicatos rurais, de órgãos públicos e privados nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, além de parte da região Norte. (Antônio Marcos N. da Costa / Conab)
Fonte: http://www.conab.gov.br/imprensa-noticia.php?id=22277
terça-feira, 10 de maio de 2011
Chefes mandões ou chefas mandonas foram crianças tiranas
Você que é pai ou mãe, cuide para que seu filho ou filha não se torne uma criança tirana. Não ceda aos caprichos, não aceite as desobediências. Imponha limites, porque a permissividade destrói o desenvolvimento moral de qualquer criança. A obrigação precípua dos pais é dar amor. Quem ama educa, e educar significa também impor limites.
Cópia autorizada. Conteúdo original em: http://brunoborgesborges.blogspot.com/2011/05/chefes-mandoes-ou-chefas-mandonas-foram.html#ixzz1LxOqfH9i
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial
domingo, 8 de maio de 2011
Ninguém é perfeito, mas uma equipe pode chegar perto.
Se um time de futebol que tem um grande craque já se destaca em um campeonato, um time que reúne vários craques fatalmente será campeão, certo? Sabe-se, que a resposta não é tão simples - e não só no futebol. No campo empresarial, cada "craque" tem seu perfil - com seu lado sol e seu lado sombra -, e se vários deles jogam juntos os resultados tanto podem ser extraordinários como medíocres.
Fundamental é que quem lidera o time esteja atento a capacidades específicas, ao desenvolvimento correto desses craques e as suas interações, de forma a gerar condições para que os resultados sejam extrordinários e realmente sustentáveis.
Em pesquisas que realizamos com grandes empresas, identifiquei, juntamente com Amyra Sarsur e Angela Maciel, que duas capacidades se destacam entre os executivos que ocupam posições de liderança: a de entregar resultados de curto prazo e a de se alinhar aos valores da organização.
Há aqueles que não apresentam nenhuma dessas capacidades. Eles podem estar na função errada, trabalhar com o chefe errado ou ter sido promovidos indevidamente. Quem está no comando de um líder com esse perfil deve buscar compreender a situação e agir. Se não der certo, a saída é um desligamento digno.
Mas é importante agir rápido, pois manter alguém que após algumas tentativas de mudança não conseguiu se ajustar é um péssimo exemplo para a equipe.
No polo oposto estão os líderes "ideais", que entregam resultados de curto prazo e são alinhados aos valores da empresa. Essa combinação é a base dos resultados empresariais sustentáveis, que vão muito além do desempenho econômico-financeiro imediato e constroem o futuro da empresa no longo prazo. Mas, cuidado, o brilho desses executivos pode gerar ciúmes e, além disso, eles são o alvo preferencial do mercado na guerra por talentos. Retenção, aqui, é um desafio.
A maioria dos executivos que estão na liderança tende a se destacar ou nos resultados, ou na adesão aos valores da organização.
As pessoas que se alinham essencialmente aos valores têm como "lado sol" atitudes e relacionamentos positivos. O "lado sombra" desse perfil é que, por não gerar resultados de curto prazo, o time não é reconhecido como bem-sucedido (fica sem bônus, por exemplo), o que gera frustração geral. O chefe de um executivo com esse perfil deve agir como um "coach" técnico, treinando-o ou contribuindo para que ele possa adquirir condições de levar sua equipe a um melhor desempenho.
O último grupo, dos que focam fundamentalmente os resultados de curto prazo, tem como "lado sol" "garantir" a sobrevivência imediata da companhia. O "lado sombra" dessas pessoas que "batem sempre as metas" é que fazem isso "de qualquer forma". Desse modo, geram condições não sustentáveis para a performance da empresa a médio e longo prazos, pois muitas vezes a moral do time é destruída e se utilizam métodos desalinhados dos valores da empresa. Para líderes com esse perfil, muito comum nas organizações, o recomendável é promover um programa de "coaching", idealmente conduzido pela própria liderança, com o objetivo de aproximar suas atitudes dos princípios e dos valores da corporação.
Em geral, porém, a maioria dos executivos com esse perfil não vê motivos para mudar. Segundo 96% dos presidentes que entrevistamos, esses "superentregadores" são promovidos e recebem o máximo da remuneração variável. Isso cria a percepção de que esse é o modelo desejado pela empresa e afasta essas pessoas da consciência crítica que lhes permitiria melhorar suas atitudes.
A descoberta desses perfis evidencia a importância da liderança na gestão de uma equipe. A posição das pessoas em cada um deles não é estática. E, em uma empresa que busca resultados sustentáveis, cabe à liderança entender em qual perfil cada membro de sua equipe se posiciona e estar atenta ao desenvolvimento de líderes "ideais". Porque, se ninguém é perfeito, uma equipe bem liderada quase pode ser.
sábado, 7 de maio de 2011
Menos preocupação durante o trabalho
Cleide Rodrigues, do BB Mapfre, diz que colaborador tranquilo é mais produtivo
A morte de um parente, as complicações de um divórcio ou o mau rendimento de um filho na escola são problemas com os quais todos estão sujeitos a conviver. O difícil é não carregar tais preocupações para o local de trabalho.
Para auxiliar os colaboradores nesses momentos de crise que acabam comprometendo a produtividade, cada vez mais empresas no país estão buscando formas de auxiliar os funcionários nesses momentos.
Um dos serviços que tem se popularizado entre as companhias é o chamado Programa de Apoio Pessoal (PAP). Nele, uma equipe multidisciplinar com psicólogos, assistentes sociais, advogados, entre outros, ficam à disposição dos funcionários para ajudar a resolver desde questões conjugais até a perda de uma casa na enchente.
"O colaborador que está com um conflito pessoal perde o foco no trabalho", afirma Eliana Audi, diretora da Auster, que oferece atualmente atendimento para 1 milhão de pessoas em 97 empresas no território nacional.
O call center recebe mais de 48 mil ligações por mês, sendo que a maior procura é por assistentes sociais e psicólogos. Em seguida, vêm os serviços de nutrição, jurídico e de personal trainer.
Segundo Eliana, o aumento da procura pelo benefício se justifica pela maior consciência sobre a qualidade de vida. Além disso, o ingresso da mulher no mercado de trabalho exige um grande esforço por parte delas no equilibrio entre a carreira e as tarefas do dia a dia.
Até problemas corriqueiros como pagar dívidas ou multas de trânsito podem afetar o desempenho no trabalho. Uma pesquisa conduzida pela MetLife nos Estados Unidos, por exemplo, revela que os americanos gastam, em média, três horas semanais do expediente para resolver problemas legais. "É um problema mundial. Quanto mais você evolui na carreira, mais terá conflitos com a vida pessoal", afirma Marcelo Santos, diretor da doers, consultoria de gestão de recursos humanos.
Segundo Cleide Rodrigues, diretora executiva de RH do grupo BB Mapfre, que oferece assessoria aos seus funcionários através do PAP, no caso de uma pendência jurídica, por exemplo, uma simples orientação telefônica pode ajudar.
"Nem sempre temos a quem recorrer para esclarecer nossas dúvidas", diz Marita Bernhoeft, diretora de RH da BM&FBovespa, que contratou a assistência há pouco mais de um ano. O programa está inserido no guarda-chuva de qualidade de vida. Em 2010, foram 2.780 ligações, o que corresponde a 1,8 atendimento por funcionário da Bolsa ao ano.
O processo é sigiloso e o RH do cliente não sabe quem ligou nem o motivo - recebe apenas as estatísticas. Segundo Cleide, trata-se de um bom investimento no colaborador. "Queremos um ambiente diferenciado, que seja a segunda casa de cada um". A empresa aderiu ao serviço há oito anos.
Na maioria das vezes, o contato parte do empregado, mas há casos em que o próprio PAP é solicitado a iniciar a conversa. "Podemos tomar a iniciativa se percebemos que alguém está muito preocupado ou triste", diz Cleide. Quando um desligamento é complicado, por exemplo, o RH pede para que o PAP ligue, em seguida, para o ex-colaborador.
Em crises maiores, o contato ocorre em grande escala. Os 23 funcionários da agência do HSBC de Teresópolis, na serra fluminense, receberam ligação do PAP um dia após a enchente que arrasou a região. A agência não foi atingida, mas a maioria dos trabalhadores foi afetada direta ou indiretamente pelo desastre. João Luiz Costa, gerente titular da agência, conta que, entre os colaboradores, uma pessoa perdeu a casa, outra teve que abrigar a família por duas semanas e uma terceira ficou ilhada, sem comunicação, durante uma semana. O PAP ligou para todos diariamente por quase um mês.
O programa levantou as perdas de cada um e uma psicóloga passou uma semana prestando amparo emocional no local. A partir das necessidades identificadas pelo serviço, o banco entrou com auxílio material. "A agência voltou à normalidade em dez dias. O principal foi o apoio moral", diz Costa.
Conforme pesquisa realizada pela Watson Wyatt (atual Towers Watson) com 168 empresas de diversos segmentos no país, 27% delas proporcionavam o benefício em 2008. Dessas, 76% estendiam o benefício aos familiares. "O problema do funcionário pode não ser exatamente com ele, mas afeta seus entes queridos", diz Eliana.
Além de melhorar a produtividade, as companhias estão de olho na valorização dos profissionais. Santos, da doers, destaca a importância de um líder perceber que os problemas individuais fazem parte da vida e de estar preparado para enfrentar essas situações. "A empresa não pode achar que a vida pessoal do funcionário não tem nada a ver com a profissional."
Coordenadores de recursos humanos de companhias que oferecem o serviço dizem que não é possível mensurar o retorno do programa para a produtividade e o clima organizacional, mas afirmam que os feedbacks positivos dos funcionários e as estatísticas de atendimento comprovam o seu sucesso. "Na hora de implementar o programa, o que mais pesou foi a crença de que as questões pessoais interferem de forma direta no trabalho", diz Vera Saicali, diretora executiva de RH do HSBC. O banco passou a oferecer o benefício em 2005. "Quanto mais tranquilo o colaborador estiver, mais ele vai dar para a empresa", diz Cleide, do grupo BB Mapfre.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Em discussão o arroz do Mercosul no cenário internacional
O fomento à exportação do produto nacional é um dos focos da Expoarroz 2011. Neste sentido, serão realizados diversos eventos paralelos durante a feira, uns procurando trazer compradores internacionais para divulgar o arroz brasileiro e propiciar negociações, e outros com intenção de desenvolver a cultura de exportação nas empresas nacionais.
Dentro do segundo grupo, o painel “Desafios e oportunidades para o arroz do Mercosul no mercado internacional” reúne, no dia 12 de maio às 14:00, dois dos grandes especialistas no mercado mundial do arroz e conferencistas com experiência em diversos eventos do setor. O pesquisador Patricio Mendez del Villar, do centro de pesquisas francês CIRAD, Agricultural Research for Development, e o brasileiro Tiago Sarmento Barata, consultor de mercado de arroz da Agrotendências, serão os responsáveis pela análise das possibilidades de colocação do arroz do Mercosul no cenário mundial.
Patricio é doutor em economia pela Universidade de Montpellier, na França, pesquisador do CIRAD desde 1988 e especialista em cadeias produtivas e mercados internacionais do arroz na África e América Latina. Trabalhou no Brasil entre 1999 e 2004 como consultor na Embrapa Arroz e Feijão, em estudos de cadeias produtivas do arroz no Brasil. Atualmente sediado em Montpellier, trabalha, entre outros, como consultor internacional para o Programa Mundial de Alimentos da ONU em África do Oeste no campo de mercados arrozeiros e impactos sobre a segurança alimentar para as populações mais vulneráveis.
Tiago formou-se Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, posteriormente, mestre em Agronegócio pela mesma universidade, estudando o comportamento do consumidor de arroz. Atuou em projetos de pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão e o CIRAD. Foi assessor especial do Instituto Rio Grandense do Arroz, coordenador do Programa Integrado de Incentivo ao Consumo de Arroz e Derivados e atuou na divisão de consultoria do grupo Safras. Atualmente, é Consultor Membro do Centro de Excelência do Arroz, membro do Comitê de Mercado da US Rice Producers Association, além de consultor e analista de negócios da Agrotendências Consultoria em Agronegócios.
A parceria entre os dois pôde ser verificada em outras oportunidades em que realizaram conferências em um mesmo evento, como na quarta edição do Rice Trade Outlook, ocorrida em 2008 em Lisboa, Portugal. Para o painel da Expoarroz, que terá transmissão do Canal Rural, estão programadas duas palestras complementares, em que seja possível abordar os pontos-de-vista de cada um sobre um mesmo assunto, bem como contraposição de opiniões. A mediação estará a cargo do jornalista pelotense Artur Rocha, com mais de 25 anos de experiência na profissão e atualmente editor-chefe do telejornalismo da RBS TV Pelotas.
O que está em jogo na reforma do Código Florestal brasileiro
Entenda como a nova proposta em tramitação no Congresso, que poderá ser votada nesta quarta (4), altera a legislação ambiental vigente e por que gera tanta polêmica
Novo texto do deputado Aldo Rebelo pode ir à votação no plenário da Câmara amanhã (4).
Em julho do ano passado, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Código Florestal brasileiro. Desde então, as propostas que alteram a atual legislação ambiental tornaram-se alvo de críticas de ambientalistas e o centro das atenções dos ruralistas.
Nesta terça, o grupo de trabalho que discute o Projeto de Lei 1876/99 e o presidente da Câmara, Marco Maia, vão decidir se o novo texto apresentado ontem por Rebelo, a fim de conciliar as demandas de ambos os setores, vai à votação no plenário nesta quarta (4). Entre os pontos que dividem opiniões estão o da anistia para os proprietários rurais que desmataram até 2008 e o fim da recuperação da reserva legal para pequenos produtores.
No primeiro caso, o projeto prevê que quem desmatou ilegalmente até junho de 2008 não será mais obrigado a recuperar as áreas devastadas até a data, seja em topos de morros, margens de rios ou até mesmo em áreas protegidas. Multas recebidas até o período também seriam suspensas.
Além disso, agricultores com propriedades menores do que quatro módulos ficariam isentos da obrigatoriedade de recompor reservas legais. Hoje, a dimensão dos módulos varia de município para município, oscilando entre cinco a cem hectares. Mas, segundo as novas alterações no texto, eles serão obrigados a preservar a vegetação de reserva legal que existe atualmente nas suas propriedades. No entanto, o governo quer que todos os proprietários sejam obrigados a recompor as áreas usadas irregularmente.
A redução das chamadas áreas de preservação permanente (APPs) era outro ponto polêmico do relatório. Em topos de morros, margens de rio e encostas, regiões consideradas frágeis e protegidas por lei, não se pode plantar, nem retirar a vegetação original. O substitutivo pretendia reduzir à metade a extensão mínima das APPs de faixa marginal, dos atuais 30 metros para 15 metros nos leitos dos rios de até 10 metros de largura.
Mas de acordo com o novo texto apresentado por Rebelon na tarde desta segunda (2), as faixas atuais da mata ciliar - que variam de 30 metros, para rios de até 10 metros de largura a 500 metros, para rios com largura superior a 600 metros - deverão ser mantidas.
As reservas legais (RLs) em áreas de floresta na Amazônia também poderão ser reduzidas. O substitutivo permite a diminuição de 80% para 50% da reserva legal em propriedades de médio de grande porte em área de floresta e de 35% para 20% em região de Cerrado na Amazônia Legal.
Outra questão central na discussão do novo código diz respeito à necessidade de se manter intacta a vegetação de encostas e topos de morros. Segundo a legislação ambiental atual, em topos de morros muito inclinados, considerados APPs, são permitidas apenas atividades de manejo florestal. O texto do projeto de Rebelo, no entanto, permite algumas atividades em áreas acima de 1,8 mil metros de altitude, com a devida liberação de órgão ambiental competente, como cultivo de maçã, uva e atividades de interesse social e de baixo impacto no meio ambiente.
Se aprovado pelo plenário da Câmara, o projeto seguirá para apreciação do Senado. Para virar lei, o novo Código deverá ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.