Toda empresa precisa de pessoas com visão estratégica, que conhecem o mercado com a palma das mãos, e também precisa daqueles que executam tarefas mais simples e gastam mais energia
Muitos pensam que os velhinhos já deviam ter parado, outros os idolatram e os adotam como verdadeiros mentores, enquanto os jovens muitas vezes são vistos como o sangue novo das empresas, o que as fará achar novas soluções para o futuro próximo. A verdade é que ambos são importantes, sim, nas empresas. Enxergo uma discrepância entre os profissionais Y e os mais experientes, que são os baby boomers ou até mais experientes, como eu. Os mais jovens têm tudo que seus pais, geração X, não tiveram: cursos de idiomas, colégios e faculdades particulares, tecnologia etc. E os baby boomers, por sua vez, mesmo que muitos sequer tenham uma graduação, têm a experiência e a vivência. Ambos devem se completar.
Observo em algumas empresas os excessos de um ou de outro de forma clara. Há empresas que são formadas exclusivamente por jovens, profissionais com no máximo 35 anos. Falta experiência, falta muitas vezes, também, profissionalismo. No outro lado estão as empresas cheias de pessoas experientes, que de certa forma relutam pela inserção de jovens, os quais vêm sempre cheios de ideias e energia, mas não sabem onde gastá-las.
Um ideal, defendo, é muito relativo para ser definido, mas há que se ter equilíbrio. Toda empresa precisa de pessoas com visão estratégica, que conhecem o mercado com a palma das mãos, e também precisa daqueles que executam tarefas mais simples e gastam mais energia.
Não digo que uma empresa que tenha em sua maioria profissionais de um tipo não funcione. Muito pelo contrário. Há empresas inovadoras e cheias de jovens que estão dando muito certo, pois acharam um nicho de mercado onde outros jamais estiveram, mas ainda assim, acredito que a voz da experiência poderia ajudar a conquistar mais mercado ainda. E também as empresas com uma visão estratégica impressionante, mas que pode correr o risco de cair na obsolescência, por faltar justamente o conteúdo novo, a atualização que os jovens trazem das carteiras da escola e faculdade.
Na empresa que fundei, por exemplo, existem profissionais de todas as idades. Cada um no seu cada qual. A única coisa que faço questão é que estejam de acordo com nossos valores, que sejam competentes e que entendam que nossos clientes sempre deverão ser tratados de forma especial. De resto, espero que eles sejam o mais diferentes entre si possível, pois são as diferenças que compõem as melhores ideias e os melhores trabalhos.
Fonte: http://www.amanha.com.br/blogs/92-vida-executiva--por-bernt-entschev/1932-a-importancia-de-ter-equipes-mistas
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